Em toda a Europa aumentam as reações radicais da direita contra a infiltração de estrangeiros. As camadas menos ricas - ameaçadas pelo descenso ou já marginalizadas - identificam-se claramente com a supremacia ideologizada de sua própria coleti- vidade, rejeitando tudo o que é estrangeiro. Este é o outro lado do chauvinismo do bem-estar, que cresce em todas as partes. De sorte que o "problema dos refugiados" traz novamente à tona a tensão latente entre cidadania e identidade nacional. (HABERMAS, 1997, p. 298) "A tensão latente entre cidadania e identidade nacional, referida pelo autor, pode ser aplicada no seguinte caso: a) No acolhimento de imigrantes e refugiados que parte do princípio do reconheci- mento de suas culturas e línguas. b) No reconhecimento da cidadania dos imigrantes e refugiados, a despeito de terem entrado pelas fronteiras, sem o visto. c) No acesso à educação e aos serviços de saúde que são direitos fundamentais esten- didos a todos os seres humanos que se encontram no território nacional. d) No entendimento de que a democracia e a cidadania não se limitam ao território nacional, mas articulam-se à dimensão internacional. e) Na afirmação de que a cidadania tem base tão somente nacional e que a exclusão das diferenças garante a efetividade dos direitos fundamentais para os próprios nacionais.